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Batalha de Gaugamela/Arbela

A Batalha de Gaugamela, também chamada de Batalha de Arbela, foi um confronto militar histórico entre o rei persa Dario III e o rei macedônio Alexandre, o Grande, que ocorreu em 1 de outubro de 331 a.C., nas planícies da Mesopotâmia, no que hoje é o Iraque. Essa batalha é considerada um dos mais importantes eventos na história militar e política do mundo antigo.

Batalha de Gaugamela ou de Arbela

A Batalha de Gaugamela e a Batalha de Arbela são dois nomes diferentes para se referir ao mesmo evento histórico. A batalha também é conhecida como a Batalha de Gaugamela-Arbela, pois foi travada nas proximidades das cidades de Gaugamela e Arbela, localizadas na região que é atualmente o norte do Iraque.

A confusão em relação aos nomes ocorre porque “Arbela” é o nome grego da cidade, enquanto “Gaugamela” é o nome persa. Alexandre, o Grande, e seu exército macedônio usavam o nome grego para a cidade, enquanto o exército persa de Dario III usava o nome persa. Ambos os nomes são usados para se referir à mesma batalha que ocorreu no ano de 331 a.C.

Antecedentes da Batalha de Gaugamela

No século IV a.C., o Império Persa era uma das maiores potências do mundo, estendendo-se por vastas regiões da Ásia, África e Europa. Alexandre, o Grande, tornou-se rei da Macedônia aos 20 anos de idade e embarcou em uma campanha militar para expandir seu império. Ele tinha um desejo ardente de vingar as invasões persas à Grécia durante as Guerras Persas do século V a.C., e estava determinado a derrotar Dario III e conquistar o Império Persa.

Dario III, o rei persa, reuniu um enorme exército composto por soldados de várias nacionalidades, incluindo persas, medos, bactrianos, citas, entre outros, para enfrentar Alexandre e proteger seu império. O exército persa era conhecido por sua grande quantidade de soldados, suas formações de batalha altamente organizadas

A Batalha de Gaugamela foi a última grande batalha entre os exércitos persa e macedônio. A rivalidade entre as duas nações havia começado em 334 a.C., quando Alexandre invadiu a Ásia Menor e confrontou o exército persa liderado por Dario III na Batalha de Granico. Na época, a vitória de Alexandre foi atribuída à sua tática inovadora e sua habilidade como comandante.

Após a Batalha de Granico, Alexandre continuou a conquistar as cidades-estado gregas que estavam sob o controle persa. Em 333 a.C., o exército de Alexandre e o exército persa se encontraram novamente na Batalha de Issos, onde Alexandre derrotou Dario III novamente. Depois dessa batalha, Alexandre ocupou a cidade de Tiro, que era uma importante base naval persa, e avançou para o Egito, onde foi aclamado como faraó.

Em 331 a.C., Alexandre decidiu marchar em direção à Babilônia e ao Império Persa. Ele queria conquistar as cidades e expandir seu império. Dario III, por sua vez, reunia seus exércitos para enfrentar Alexandre.

O contingente reunido para a batalha

Embora não haja números precisos e exatos para os dois exércitos, os registros históricos e as estimativas modernas fornecem uma ideia aproximada dos números envolvidos na batalha.

Exército Persa:

O exército persa sob o comando de Dario III era imenso em tamanho, como era comum nos exércitos persas da época. Estima-se que o número de soldados persas tenha variado entre 250.000 e 1.000.000, com algumas estimativas ainda mais altas chegando a 2.000.000. Isso incluía uma ampla variedade de tropas, como soldados de infantaria, cavalaria, arqueiros, lanceiros e carros de guerra.

Os persas também tinham uma formação de batalha altamente organizada, com uma linha de frente profunda e densa, protegida por soldados de elite na retaguarda. Os carros de guerra eram uma parte importante do exército persa, com cerca de 200 carros sendo usados na batalha de Gaugamela.

Exército Macedônio:

O exército macedônio liderado por Alexandre, o Grande, era consideravelmente menor em número, mas altamente disciplinado e bem treinado. As estimativas modernas sugerem que o número de soldados macedônios estava entre 30.000 e 40.000. Isso incluía várias unidades, como a cavalaria pesada conhecida como Companheiros, a infantaria pesada de falanges e outras tropas de infantaria e cavalaria.

A força principal de Alexandre era a cavalaria dos Companheiros, composta por cerca de 7.000 soldados, que eram altamente treinados e extremamente eficazes em combate. A infantaria macedônia, liderada pelas famosas falanges, era conhecida por sua formação em falange, com longas lanças e escudos que forneciam uma linha defensiva sólida.

Representação da Batalha de Gaugamela - Arbela
Representação da Batalha de Gaugamela – Arbela

A Batalha da Gaugamela

Dario III escolheu o campo de Gaugamela para a batalha porque a planície era ampla e aberta, permitindo que seus cavalos e elefantes pudessem se movimentar livremente. Ele também criou um sistema de valas e trincheiras para impedir o avanço do exército macedônio.

Alexandre, por sua vez, preparou seus homens para enfrentar o exército persa, que tinha enorme superioridade numérica sobre o seu exército. Ele também adotou uma tática inovadora, a fim de superar a adversidade matemática.

A estratégia de Alexandre consistia em atacar o centro do exército persa com a maioria de suas tropas e usar uma força de cavalaria para flanquear o inimigo. Ele pretendia causar pânico nas linhas inimigas e, assim, desorganizar o exército persa. Alexandre lideraria a carga com suas tropas de elite, a Falange Macedônica.

A batalha começou com um ataque de arqueiros e fundeiros persas, que não conseguiram causar muito dano às linhas macedônicas. Então, a cavalaria persa atacou as linhas macedônicas, mas foi repelida pelos lançadores de dardo macedônicos.

Em seguida, as tropas de Alexandre avançaram contra o centro do exército persa, liderado por Dario III. Os persas lançaram seus elefantes para tentar impedir o avanço macedônico, mas os elefantes ficaram presos nas valas e trincheiras que foram criadas por Dario III.

A cavalaria macedônica, comandada por Alexandre, então flanqueou o exército persa pela direita, causando pânico e confusão nas linhas inimigas. Dario III tentou fugir do campo de batalha, mas foi impedido pela guarda real macedônica, que conseguiu capturar sua carruagem.

A Batalha de Gaugamela foi uma vitória decisiva para Alexandre, pois ele conseguiu derrotar o exército persa, que era muito maior e mais experiente em batalhas. Alexandre também conseguiu capturar o tesouro real persa, que incluía ouro, prata, joias e tecidos valiosos.

Consequências da Batalha de Gaugamela

A Batalha de Gaugamela foi um marco importante na expansão do império de Alexandre, pois ele conseguiu conquistar todo o Império Persa, incluindo a Síria, a Palestina e o Egito. Alexandre tornou-se o governante de um dos maiores impérios da história e espalhou a cultura grega pelo mundo antigo.

A batalha também teve um impacto significativo na história militar, pois a tática de Alexandre de usar uma força de cavalaria para flanquear o inimigo se tornou uma das estratégias mais eficazes na história da guerra. Essa tática foi adotada por muitos comandantes militares ao longo dos séculos e ainda é estudada e analisada pelos estudiosos da história militar.

Em resumo, a Batalha de Gaugamela foi uma das mais importantes batalhas da história antiga, pois resultou na conquista do Império Persa por Alexandre, o Grande, e teve um impacto significativo na história militar.

Fernando Rocha

Fernando Rocha, formado em Direito pela PUC/RS e apaixonado por história, é o autor e criador deste site dedicado a explorar e compartilhar os fascinantes acontecimentos do passado. Ele se dedica a pesquisar e escrever sobre uma ampla gama de tópicos históricos, desde eventos políticos e culturais até figuras influentes que moldaram o curso da humanidade."

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